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Unicef afirma que crianças não suportam mais um ano fora da escola

Desnutrição e violência

02/02/2021 às 08h06
Por: Camila Nery
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Foto: reprodução
Foto: reprodução

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, fez um alerta em janeiro de 2021, afirmando que todos os esforços devem ser feitos para manter as escolas abertas nesse segundo ano de pandemia de Covid-19 para tentar combater uma série de prejuízos às crianças, sobretudo a desnutrição. Segundo a diretora executiva da agência, Henriette Fore, existem provas do impacto do fechamento das escolas sobre os pequenos, afirmando que a saúde, desenvolvimento, segurança e bem-estar dos menores está em risco, em especial das crianças mais pobres.

A desnutrição seria o ponto mais alarmante de tanto tempo fora da escola. Sem a merenda escolar, a desnutrição volta a assombrar crianças de todo o mundo. Henriette Fore afirma que sem merenda escolar, a nutrição de muitas crianças piorou, a ausência de interações diárias acarreta em perdas à forma física e saúde mental. Sem a rede de segurança das escolas, as crianças estão mais expostas a abusos, casamento infantil e trabalho forçado, dentre outros males.

A preocupação da diretora é principalmente com as crianças que vivem em situação de risco de violência, que dependem da alimentação escolar para realizar suas refeições mínimas e cujos pais são trabalhadores essenciais. Porém, alerta a diretora que nos locais com altos níveis de contaminação, colapso do sistema de saúde, o fechamento das escolas é essencial e políticas públicas devem ser implementadas.

Segundo site da ONU, um levantamento realizado pelo Banco Mundial, Unicef e Unesco, revelou que crianças de nações de baixa e média rendas ficaram 16 semanas (quase 4 meses) sem aulas, 10 a mais que estudantes de países ricos. Esse levantamento apontou que o ensino das crianças dos países pobre sofreu muito mais do que as crianças de países com altas rendas e o principal motivo foi o acesso a computadores e dispositivos de educação a distância.

A dificuldade de retorno as aulas é tão séria nos países de baixa e média renda que as medidas de segurança sequer conseguem ser implementadas, como por exemplo a lavagem de mãos, equipamentos de proteção para professores e alunos e distanciamento social. Stefanie Giannini, representante da Unesco, disse que a pandemia piorou as diferenças entre países ricos e pobres na área da educação, mas que com investimentos corretos, estas brechas podem ser reduzidas.

A pesquisa da ONU e do Banco Mundial apontou que quase todos os países aderiram à educação a distância no ano de 2019, muitos utilizando o rádio, a TV, apostilas escolares, e 90% das nações pesquisadas utilizaram celulares ou providenciaram acesso à internet para os alunos, porém a qualidade e cobertura de acesso variaram muito.

Diante disso, são evidentes os prejuízos causados as crianças mais pobres, e aos países mais pobres, o que exige das autoridades de tais países, como o Brasil, uma postura mais firme no combate a pandemia, um compromisso com a vacinação e uma fiscalização de distribuição e aplicação da mesma à população. Além disso, enquanto a vacina não consegue chegar a todos, medidas de saúde precisam ser implementadas nas escolas da rede pública para garantir um retorno seguro à todos, professores, alunos e comunidade.

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